segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Guia básico da água do Mar - Cap. II



Uma ajuda na água salgada - 2º Capítulo
Pesquisa e adaptação: Mário d'Araújo


O pequeno guia dos Invertebrados Marinhos


Como que para vos deixar tranquilos usarei uma linguagem que considero acessível a todos os que se ligaram à Aquariofilia, juntando coisas boas com outras que achamos terríveis. Então um Invertebrado é todo o animal que não apresenta Espinal Medula ou estrutura óssea. Este tipo de seres ultrapassa largamente, em quantidade, o número de Vertebrados. Sendo das mais fascinantes criaturas marinhas, de cores e formas interessantes, podem também ocupar lugar de destaque em Aquariofilia. Aquários a partir dos 40 litros já permitem a sua manutenção. Não são necessários aquários altos, já que no seu meio ambiente, a maioria destes seres vive perto da superfície da água. Assim, um simples aquário de 80 (comp.) x 30 (larg.) x 40 (alt.) pode tornar-se um excelente e exótico exemplo do mundo dos Invertbrados.

Um filtro de fundo é imprescindível (e esta minha sugestão é para muitos controversa) com as saídas optimizadas com cabeças motorizadas e não difusores. Filtros exteriores, com carvão sera e o bem conhecido siporax, completarão a filtragem, mantendo a água cristalina. O substrato ideal será a Areia de Coral de granulometria média, que oferece excelentes propriedades como a obtenção de um pH alto e estável. Posso sugerir a adição de Calcite, Casca de Ostra ou Dolomite, que devem ser bem enxaguados antes da sua introdução no aquário. Utilizem ou formem uma camada de substrato de 3,5cm a 5cm de altura.

Enchemos então o aquário e acondicionaremos a água com sera aquatan e deixaremos tudo a funcionar durante 2 dias. Passaremos então à adição do sera marin basic salt numa proporção aproximada de 30g x litro, até que o densímetro indique uma densidade de 1,020 a 1,022. Um sal de boa qualidade para misturar com a água da torneira e que permite a manutenção das espécies mais delicadas, é a escolha acertada.

Podemos retirar areia de aquários já em funcionamento ou adicionar sera ammovec para acelerar a colonização bacteriana essencial para a filtragem biológica. Podemos sempre falar com o nosso fornecedor habitual a quem poderemos pedir areia dos aquários dele. A temperatura deverá oscilar entre os 21º e os 27ºC. Passados que sejam alguns dias, e que o teste de Nitritos (NO2) seja igual a Zero, poderemos passar à escolha da rocha viva de preferência com alguns rebentos de algas, pois estas são uma fonte alimentar para muitas espécies, e, ao mesmo tempo, consomem os Nitratos (NO3). Para conseguir um bom crescimento de algas deverá manter as luzes acesas de 12 a 14 horas por dia nas primeiras duas semanas, reduzindo depois para um período que pode variar das 6 às 10 horas por dia, de acordo com as necessidades do seu aquário. Deixo-vos aqui a nota de que os tubos sera blue sky Royal em conjunto com os sera deep sea special farão maravilhas. Não podemos esquecer os aditivos sera marinvit plus e o novo sera marin Component 2 Ca pH-Buffer que conjugados com a aplicação do sera fishtamin facilitarão o desenvolvimento das algas e dos outros habitantes do vosso aquário. Podemos introduzir conchas e corais secos como decoração. Tentem a aquisição de algas Caulerpa ou outras que sejam também Macroalgas.
O aquário de Invertebrados, como nos outros aquários de água salgada, não deve ser populacionado em excesso. No entanto os Invertebrados não são tão exigentes em termos de espaço como os Peixes, o que vos permite manter 6 a 10 pequenos/médios animais num aquário de 40 litros. Animais resistentes como os Caranguejo Eremita, devem ser escolhidos para a primeira fase de ‘amadurecimento’ ou ‘maturação’ do aquário. Testem os Nitritos (NO2) e a Amónia (NH4/NH3) diàriamente, até que os resultados sejam nulos, ponto em que poderão considerar o vosso aquário ‘estabilizado’. Novos animais podem ser adquiridos. Com a sera aqua-test box marin poderão obter todas as informações acerca da qualidade da água do vosso aquário, de modo a que mantenham os vossos Invertebrados com sucesso.

Alguns invertebrados necessitam de comida viva e aqui deixo a indicação de que podem recorrer às comidas congeladas como a Artemia, Plancton, Bivalves (Ameijoa, Berbigão), etc. desde que respeitem esta pequena regra: ‘Para o Mar o que é do Mar’ ou seja, para os vossos hóspedes marinhos ofereçam acepipes também marinhos, que podem e devem ser aditivados com o sera fishtamin para colmatar possíveis falhas vitamínicas. Para além disto poderão também colmatar possíveis necessidades de outros oligo-elementos com os novos 7 acondicionadores sera, que são: sera marin component 1 calcium, sera marin component 2 calcium, sera marin component 3 trace elements (aniónicos), sera marin component 4 elements (catiónicos), sera marin component 5 strontium, sera marin component 6 magnesium e o sera marin component 7 iodine. Com esta preciosa ajuda manterão na certa os parâmetros da água em situação ideal.

Os Invertebrados, como os Corais (moles e duros), as Sabelas, as Bernacas, as Gorgónias e muitos outros, são ‘filtros’, ou seja, filtram a água que absorvem, retendo pequenas partículas nutritivas em suspensão, para se alimentarem. Obterão óptimos resultados com a distribuição regular de náuplios de Artemia recém nascidos. Portanto será importante a adição semanal de elementos de traço e dos outros mencionados no parágrafo anterior, acompanhada da mudança que aqui aconselho de 10 a 20% ao mês, obtida com o sera marin basic salt, que proprcionará também a reposição de elementos indispensáveis.

Deixo também aqui a nota de que devem aproveitar o acto de despejar o aquário para aspirar o fundo do mesmo. Certifiquem-se de que a densidade e a temperatura da água que prepararam sejam iguais às do aquário. Já sabem que devem verificar o pH da água uma vez por semana e proceder, caso necessário, às devidas correcções, de modo a que obtenham valores de 8,0 (geralmente antes de acender as luzes) a 8,4 (antes de apagarem as luzes).

Os Nitritos são para manter abaixo das 0,1 ppm e a Amónia sempre inferior a 0,025 ppm. No caso de obterem valores mais elevados procurem restos de comida, animais mortos e devem verificar as cabeças e os filtros motorizados .

O aquário de Invertebrados pode ser o mais fascinante de todos. Nada se compara à emoção de ver centenas de pequenos Camarões recém-nascidos ou quaisquer outras possíveis reproduções deste maravilhoso mundo sub-aquático. Passo agora a citar algumas espécies que eventualmente poderão vir a ocupar o Vosso aquário.

Coral Vivo (com estrutura calcárea) – Classe: AntozoáriosHá muitos corais que se adaptam às condições dos aquários e são ao mesmo tempo, uma excelente escolha para o Iniciado. Os corais são ‘filtros’ e fáceis de alimentar com os novos acondicionadores sera para água salgada e os náuplios de Artemia recém-nascidos, de forma controlada para evitar problemas







Nesta imagem podemos observar um exemplar
do Galaxea, uma das variedades de Coral Cérebro


Assim e como exemplos, o Coral Cérebro, o Coral Redondo (Pavona) e o Coral Tentáculo (Euphyllia), são apenas alguns bons exemplos para começar.* Gorgónias e Coral Mole (sem estrutura calcárea) – Classe: Antozoários
Ventoinhas do Mar, Penas do Mar, Chicotes do Mar, são nomes para muitas das espécies de corais moles. Podem variar em tamanho, de apenas alguns centímetros até 1 ou 2 metros, dependendo da idade e da espécie, para não falar da imensidade de cores e formas.



Nesta imagem podemos observar um exemplar de
Chicote do Mar (Sea Whip), um Pseudopterogorgia
muito comum no Mar das Caraíbas







A utilização regular e de acordo com as instruções dos novos produtos sera para água salgada permitirão óptimos resultados na manutenção destes animais em cativeiro, por largos períodos de tempo.

* Anémonas do Mar, Phylum Cnidaria – Classe: Antozoários

Quase ideais para os principiantes, já que se mantêm fàcilmente em aquário e não são difíceis de obter. Não devem ser sobrealimentadas, pois as anémonas expelirão todo e qualquer tipo de alimento não digerido. Se isso acontecer, devem retirar de imediato todo o excesso de comida. Com o tempo verificarão qual a quantidade ideal a distribuir.







Na imagem ao lado podemos agora observar a linda
e impressionante Condylactis Gigantea, uma
anémona comum no Mar das Caraíbas.


As anémonas têm células urticantes, Nematocistos, que se espetam e capturam Artemia viva ou pequenos peixes como os Gupi ou as Moli. Sugiro aqui o Mexilhão, o Berbigão ou a Ameijoa, depois de descascados. O uso regular dos novos aditivos sera para água do mar é essencial.

* Camarões e Caranguejos, Phylum Arthropoda – Classe: Crustáceos
Os Camarões são pequenas criaturas que aparecem numa larga variedade de espécies e cores. Podem ser mantidos com outros animais. Alguns deles vivem em simbiose com Anémonas. Estas protegem os Camarões dos predadores e em troca eles limpam as Anémonas.




E mais uma imagem do magnífico Lysmata grabhami,
que em cativeiro desova com facilidade.




Os Camarões comem pràticamente de tudo e gostam particularmente de Artemia viva, Berbigão ou Mexilhão e Ameijoa. Não esqueçam os aditivos sera para água salgada, que colmatarão as possíveis falhas inerentes à Vossa actuação.

O Caranguejo Eremita, necrófago, é excelente para qualquer tipo de aquário de Invertebrados, mas não esqueçam que também são predadores. Como conselho não adquiram exemplares muito grandes. Pode até acontecer que encontrem algum com uma pequena Anémona na concha. Devem também colocar conchas vazias, de vários tamanhos, para que os Caranguejos possam mudar conformem crescem. No caso de haver uma anémona hospedeira, ele levá-la-á com ele.







Nesta imagem acima poderão ver o Caranguejo Porcelana do Pacífico, Neopetrolisthes Maculatus, que habita na Anémona.








Na foto à direita, um Caranguejo Eremita com duas Anémonas
como 'hóspedes companhia'.







Os Caranguejos também se alimentam da água, filtrando-a e retirando-lhe partículas comestíveis. A Artemia recém-nascida (os Náuplios) distribuída semanalmente é um excelente alimento.

Podem também procurar outras espécies como o Caranguejo Aranha, o Caranguejo Flecha, Lagostas que cresçam pouco, Camarão do Coral, Camarão da Esponja, etc. Todos eles resistentes e sem necessidade de cuidados especiais (assim não Vos lembro o pH, a Amónia, os Nitritos e os novos aditivos sera para água salgada).

* Plumas do Mar, Phylum Annelida – Classe: Poliquetas
Eis um nome que se deve ao aspecto de ‘espanador de penas’, e temos aqui um animal que utiliza as plumas para transportar a comida para a boca. Como filtradores que são recomendamos os aditivos sera alternados com Artemia recém-nascida.

Nas fotos abaixo podemos ver à esquerda a Árvore de Natal das Caraíbas, Spirobranchus Giganteus, enquanto que na da direita podemos ver como se ocupa um orifício no meio dos Corais com esta bela Sabellastarte.

Cada animal vive no seu próprio tubo e as plumas recolhem para dentro do mesmo se perturbados. Acontecem mudas periódicas de plumas, que voltam a crescer, pelo que não se devem assustar se descobrirem algumas à deriva pelo aquário.

* Estrelas do Mar, Phylum Echinodermata – Classe: AsteriídeosCriaturas interessantes, as Estrelas do Mar, conseguem regenerar membros perdidos. Se cortadas ao meio, cada metade regenerar-se-á, dando portanto origem a dois novos animais. Bivalves congelados (devidamente descongelados) são um alimento de fácil utilização. Claro que se adquiridos frescos e, ainda vivos, melhor será para as suas Estrelas. Lembrem-se no entanto que se tiverem as ‘Conchas de Fogo’ (Lima Scabra), estas podem ser uma alternativa à dieta das Vossas estrelinhas predadoras. São, apesar disto, animais a manter num aquário de Invertebrados.


Passo-vos a imagem de uma Estrela do Mar a comer um Gupi que lhe foi dado pelo seu proprietário.

* Esponjas, Phylum Porifera – Classe: Demospongídeos
Mais animais filtradores, que capturam microscópicas partículas nutritivas, em suspensão na água. Elas fixam-se em rochas, conchas, etc. estando disponíveis em muitas cores e formas, sendo relativamente fácil a manutenção em cativeiro.

Nesta foto podem observar
uma esponja a proliferar sobre
a rocha viva






Adição regular dos aditivos sera de acordo com as instruções dos mesmos é a garantia de bons resultados na conservação dos Invertebrados.

* Cavalos Marinhos, Phylum Gasterosteiformes – Classe: Sygnatídeos
Ora aqui está um animal que não é Invertebrado, mas que se adapta e vive perfeitamente no meio deles.
Uma imagem magnífica, acima, de um Cavalo Marinho, o Hippocampus kuda, amarelo

Movem-se lentamente e necessitam de Artemia viva como alimento base. A maioria deles só comerá mesmo comida viva. Há quem distribua vivíparos recém-nascidos (como Gupi, Moli, Plati ou Espadas e se quiserem as Gambusia) mas aconselho a que tentem a Artemia adulta que aparece em algumas lojas da especialidade. As tentativas com alimentos congelados são geralmente mal sucedidas.

O macho tem uma bolsa onde a fêmea deposita os ovos. Seis semanas mais tarde poderão nascer até 100 cavalitos, que deverão nadar em Artemia recém-nascida. Aconteceu uma vez na Orni-
-Ex o nascimento de Cavalos Marinhos, que ràpidamente foram devorados pelos pais. Daí que o conselho é retirar os progenitores quando confirmada a nascença dos filhotes, que num curto espaço de tempo estarão capazes de comer Artemia adulta.

Aconselhe-se sempre junto do Vosso fornecedor habitual no que diz respeito à compatibilidade das espécies que pretendem. Aconselho a aquisição de um bom livro de Invertebrados com quase a certeza de que será em Inglês, mas é sempre uma boa ajuda.

Ao Vosso dispôr


























































































































































Os Caranguejos também se alimentam da água, filtrando-a e retirando-lhe partículas comestíveis. A Artemia recém-nascida (os Náuplios) distribuída semanalmente é um excelente alimento.

Podem também procurar outras espécies como o Caranguejo Aranha, o Caranguejo Flecha, Lagostas que cresçam pouco, Camarão do Coral, Camarão da Esponja, etc. Todos eles resistentes e sem necessidade de cuidados especiais (assim não Vos lembro o pH, a Amónia, os Nitritos e os novos aditivos sera para água salgada).

* Plumas do Mar, Phylum Annelida – Classe: Poliquetas
Eis um nome que se deve ao aspecto de ‘espanador de penas’, e temos aqui um animal que utiliza as plumas para transportar a comida para a boca. Como filtradores que são recomendamos os aditivos sera alternados com Artemia recém-nascida.













































































domingo, 21 de setembro de 2008

Guia básico da água do Mar - Cap. I

Uma ajuda na água salgada - 1º Capítulo

Pesquisa e adaptação: Mário d’Araújo

O pequeno guia da Química do seu aquário de
água salgada


A gravidade específicaou densidade, permite-lhe quantificar, em gramas por litro, a quantidade de sal dissolvida na água. Como está directamente relacionada com a temperatura, o densímetro deverá estar aferido de acordo com a mesma, pelo que os modelo sera, desenvolvidos com esta preocupação, são testados em água destilada a 75ºF (23,4ºC) o que dará uma leitura de d=1.000. Por outro lado ficam a saber que a água salgada tem uma densidade que oscila entre os 1.020 e os 1.025 a essa temperatura. Conforme formos adicionando sal à água, o densímetro subirá, ou seja fica mais fora de água. Quando a leitura indicar valores de 1.020 a 1.022 a 23ºC, não será necessário mais sal. Notem que se houver oscilações de temperatura estas originarão leituras diferentes. Por exemplo: a 26ºC e com a mesma quantidade de sal o densímetro indicará de 1.019 a 1.021. A 20ºC a leitura será de 1.021 a 1.023. Portanto se a temperatura subir a densidade diminui e se a temperatura descer a densidade sobe.

Para obter leituras correctas deverá instalar o densímetro em zonas de pouca agitação de água. Lembro que a leitura deverá ser feita ao nível da água do aquário e não do chamado ‘menisco’ (a água sobe ligeiramente acima do seu nível quando em contacto com o densímetro).

Se houver evaporação de água do aquário a densidade subirá, pelo que dever-se-á adicionar água doce prèviamente aquecida à temperatura do seu aquário.


Esta imagem mostra um densímetro com termómetro.




As mudanças bruscas de densidade podem provocar o ‘Choque Osmótico’ (respiração acelerada, perda de equilíbrio, descoloração). Este choque resulta da perda ou ganho repentino de fluidos através dos tecidos das guelras. Acima da densidade normal provocará um aumento de fluidos e abaixo da mesma (1.022) resultará uma perda dos mesmos.

pHO pH é a quantificação dos iões de Hidrogénio. Na água, o ião H+ reage quase de imediato com a mesma (H2O) originando o ião Hidrónio (H3O+). O ‘p’ é o ‘poder’ do ião de Hidrogénio.

A medida do pH está pois directamente ligada ao número de iões de Hidrogénio e não ao menor ou maior grau de limpeza da água do aquário. Podemos (mas não devemos) ter um aquário todo sujo com um pH correcto.

Quanto maior for a concentração de iões H3O+ mais baixo será o pH. E vocês já estão familiarizados com o facto de que se o pH é inferior a 7,0 a água é ácida; igual a 7,0 a água é neutra e se acima de 7,0 a água é alcalina.

A concentração de iões não aumenta ou diminui de uma forma linear, ou seja, um pH de 3.0 não é 3 vezes mais ácido que um pH de 6.0. Explicando: as oscilações são múltiplas de 10, por isso um pH 5,0 tem 10 vezes mais iões Hidrogénio que o pH 6,0. Uma variação de pH de 1 unidade é pois uma mudança demasiado violenta. Aconselho pois correcções graduais nunca superiores a 0,1 por dia. Não podem esquecer que pelo facto de haver peixes i invertebrados em aquários com pH de 7,6 a 8,4, não os podemos sujeitar a choques desnecessários com correcções despropositadas.

O pH do aquário marinho deverá sr mantido entre os 8,1 de manhã e os 8,4 à noite, antes de apagar as luzes. Verifiquem-no todas as semanas e não adquiram animais em demasia, pois o excesso de animais facilita a acidificação da água.
Os testes sera utilizam um óptimo indicador e uma escala colorida criada por computador, do que resultam leituras correctas que não se conseguem com produtos similares.

Se o pH baixar dos 8,2 aconselho a utilização do ‘pH buffer’, ou seja um tampão do pH, com o cuidado de não ultrapassar correcções diárias superiores a 0,1, até que se consiga o 8,4.

O tipo de substrato escolhido pode ajudar a manter o pH. Assim a areia com conchas, Calcite, Dolomite, Casca de Ostra e na minha opinião a mais fácil e eficaz, a Areia de Coral, são escolhas bem feitas neste sentido. Há no entanto uma opção inovadora, a Calcialith, da Aquatic Nature:
Este tipo de solos adiciona Carbonatos (CO3) à água do aquário, que funcionam como reguladores do pH ajudando a manter a água alcalina de uma forma natural. Mas conforme vai envelhecendo, o solo fica encrustado com outras substâncias o que diminui a capacidade de estabilizar o pH, pelo que as mudanças parciais de água são essenciais, e, correcções, se necessárias, deverão ser feitas com o tampão do pH.

Podem também optar por Diatomáceas em pó que podem, se colocadas num saco apropriado, ser utilizadas como mais um elemento de filtragem, com o cuidado de as substituir em caso de diminuição do caudal de saída do filtro, podendo também ser útil nos aquários de Ciclídeos ou de Vivíparos.

Amónia (NH3 + NH4):
Produto expelido pelos invertebrados e peixes, excretado pelas guelras e nas fezes. Pode também ser provocado pelos restos de excessos de comida, animais mortos não retirados do aquário ou pelo uso abusivo de antibióticos.

Pode aparecer sob duas formas distintas: ionizada (NH4) e não ionizada (NH3). O termo Amónia Total refere-se ao conjunto das duas.

Qualquer uma é tóxica para a fauna, sendo no entanto a não ionizada (NH3) a mais prejudicial, pois sendo uma molécula mais pequena, passa de forma fácil pelo tecido celular, enquanto que a molécula NH4, maior, mais difìcilmente atravessa a membrana celular. As proporções de NH3 e NH4 variam com a temperatura e o pH. Uma temperatura e um pH elevados implicam um alto teor de NH3. Um aquário de água salgada com o pH correcto, 8,4, indicia um valor elevado de NH3 e uma baix concentração de NH4. Nos aquários de água doce, de pH mais baixo, acontece o inverso, ou seja, um baixo NH3 e maior NH4, podendo no entanto ser igual o valor da Amónia Total (NH3 + NH4). Por tudo isto se pode perceber que os peixes de água doce poderão suportar melhor índices mais elevados de Amónia Total que os de água salgada.

Em aquários já instalados, a Amónia não deverá ultrapassar 1ppm (uma parte por milhão). Para resumir: qualquer leitura positiva (acima de Zero) é indicadora de perigo, quer em água doce ou salgada. Nestes casos devemos mudar de 10 a 20% da água, retirar (se os houver) restos de comida ou de animais mortos e limpar os difusores e as bombas do filtro de fundo. Adquiram testes que detectem Amónia a partir de 0.025ppm. Se atingido 1ppm e se simultâneamente os Nitritos (NO2) estiverem elevados, a situação poderá ser fatal.

As bactérias do género Nitrosomonas actuam reduzindo biològicamente a Amónia em Nitritos (NO2) e Oxigénio (O2), ver o Ciclo do Azoto. Num estado mais avançado os Nitritos serão utilizados pelas bactérias do género Nitrobacter e convertidos em Nitratos (NO3).
Basta usar o:
Nitritos (NO2):Falo agora do estado intermédio da redução biológica dos restos orgânicos, que da Amónia (tóxica) passarão aos relativamente atóxicos Nitratos (NO3). Em aquários novos os Nitritos podem atingir taxas de 10ppm (10 partes por milhão). Isto acontece porque a população de bactérias Nitrosomonas e Nitrobacter não atingiu o nível ideal para criar um equilíbrio biológico. Por isso uma espera mínima de 14 a 21 dias é aconselhada antes da aquisição de espécies delicadas. Uma forma económica de activar biològicamente um aquário, é ‘roubar’ areia de aquários velhos, 100g por cada 40 litros de água a tratar, o que resolverá muitos problemas, ou recorrer ao Bio Bacter M.
Controlando os Nitritos verificar-se-á que baixarão de 10ppm para um valor tão baixo como 0,1 ppm (ou menos) e poderemos considerar o aquário apto para receber visitas (das mais resistentes, por agora).

Aquários velhinhos nunca deverão mostrar mais de o,1ppm pois valores mais elevados são considerados perigosos. Se tal acontecer deveremos recoorer da regra de ouro: 10 a 20% da água deve ser mudada, retirados todos os restos de comida ou animais mortos, verifique os difusores (se os tiver instalados) e as bombas de água, filtros exteriores inclusive.

As bactérias aeróbias alimentam-se de Nitritos e reproduzem-se. Contudo, se forem introduzidos muitos animais de uma só vez, tornar-se-á impossível para as bactérias a utilização de todos os Nitritos o que poderá levá-los a índices tóxicos. Por este motivo aconselhamos a aquisição de 2 a 3 exemplares de cada vez.

Com o auxílio de bons testes, de fácil utilização e leitura, sugiro que verifiquem os Nitritos (no aquário novo) diàriamente, ou uma vez por semana se o Vosso aquário já está instalado e equilibrado. No caso de adquirirem peixes novos, façam um controlo diário durante a 1ª semana após a introdução dos mesmos.

Como no caso da Amónia, os peixes de água doce toleram taxas mais elevadas de Nitritos. Não se esqueçam que no entanto qualquer dos casos é tóxico.

Nitratos (NO3):Eis-nos chegados ao fim do Ciclo do Azoto. No entanto os Nitratos regressam depois de utilizados pelas Algas ou Plantas. Estas são por vezes consumidas por alguns peixes e assim recomeça outro Ciclo.

Os Nitratos são quase inofensivos para os peixes e os invertebrados. Taxas ou concentrações até 400ppm (e por curtos espaços de tempo) serão toleradas. Em aquários bem equilibrados e com um bom crescimento de algas ou de plantas, raramente excederão as 150 a 200ppm. Volto a lembrar que com bons testes poderão medir concentrações, desde 10 até 200ppm.
E para os controlar podem recorrer ao:
este para água doce e abaixo para água salgada:
Por vezes é necessário introduzir Nitratos nos aquários (menciono apenas os de água doce) para estimular o crescimento das plantas.

Cobre (Cu+):O anti-parasitário mais usado em aquariofilia. No entanto é importante perceber como reage o Cobre com a água e de que maneira afecta os parasitas. O Cobre rompe as ligações das Proteínas nas membranas celulares dos parasitas. Ora isto só é possível quando estes estão livres na água, pois que enquanto debaixo das escamas ou nos intestinos dos peixes, são quase impossíveis de destruir. Vou tentar explicar de forma simples: quando os parasitas crescem, saiem dos hospedeiros para desovar ou formar cistos. Assim, enquanto que nas cascas continuam imunes ao Cobre, logo que nascidos tornam-se vulneráveis e podem então ser eliminados. O ciclo de vida do Cryptocarion e do Oodinium oscila entre os 10 e os 21 dias (dependendo da temperatura, ou seja: quanto mais elevada, mais depressa se reproduzem).

Na água salgada, se mantido a níveis de 0,15 a 30 ppm entre 17 a 21 dias, todos os parasitas serão eliminados. Os resultados mais eficazes são obtidos com uma concentração de 0,15 ppm, no mesmo espaço de tempo. Lembro aqui que este tipo de tratamento deverá ser feito num outro aquário, ou depois de retirados os invertebrados e outras espécies sensíveis ao Cobre.

Teste diários da concentração deverão ser efectuados (testes Cu) pois que o Cobre reage com os Carbonatos, precipitando-se ficando assim inactivo. Por isso deverá ser acrescentado e controlado com o teste Cu. Poderão eliminar mesmo os parasitas mais perigosos.

Na água doce não podem ser atingidas concentrações tão elevadas, pelo que se recomenda o uso semanal na proporção de 1 gota para 8 litros de água, como preventivo do Íctio ou outro. Como tratamento a mesma dose de 3 em 3 dias durante um período, já referido, de 17 a 21 dias. Mantenham o pH entre 6.8 a 7.0, pois o tratamento é mais eficaz em água doce ligeiramente ácida.

As análises regulares da água do seu aquário são essenciais. A qualidade e precisão dos testes sera dar-vos-ão todas essas informações.
Relembro: aquários novos = testes diários
Aquários equilibrados = testes semanais

marioadearaujo@gmail.com